Greve dos professores: APLB entra com Ação de Inconstitucionalidade no Supremo contra lei do reajuste
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sexta-feira, maio 11, 2012
Rui Oliveira, presidente da APLB | Foto: José Marques / Bahia Notícias
Um
mês após o início da greve dos professores, o impasse entre o Sindicato
dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) e o governo do
Estado ganha um novo capítulo nesta sexta-feira (11), 24h depois de o
arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, entrar em
campo para tentar desatar o nó. Em audiências distintas na residência
episcopal, no bairro da Federação, em Salvador, o religioso se encontrou
com o secretário estadual do setor, Osvaldo Barreto, e membros da
entidade de classe – que o entregaram um documento com as reivindicações
– e prometeu intermediar a situação. Nada de concreto foi firmado. Em
entrevista ao Bahia Notícias, o titular da SEC pontuou o enfraquecimento
do movimento, já que, segundo ele, 600 das 1.413 escolas da rede já
retomaram o pleno funcionamento. “Coloquei ele a par do problema e pedi
apoio no processo, no sentido de convencer os professores a retornarem
ao trabalho. Eu torço e acho que a entrada de Dom Murilo, como maior
representante da Igreja [Católica] aqui, colabore com a volta às aulas.
Nós queremos restabelecer o diálogo, mas o governo só vai conversar com
eles com o fim da greve. O governo está cumprindo tudo o que está
estabelecido em lei. Não temos nada mais para oferecer”, avisou Barreto,
em entrevista ao Bahia Notícias.
Osvaldo Barreto diz que 42% das escolas estão em 'pleno funcionamento'
O entendimento não é o mesmo do presidente da entidade de
classe, Rui Oliveira, que desembarcou na noite desta quinta (10) em
Brasília com duas missões que poderão agravar ainda mais o imbróglio.
Ele participará, às 11h, de uma reunião no Ministério da Educação para
explicar o motivo da extensa paralisação e apresentar denúncia contra o
Executivo baiano. Logo depois, vai ao Supremo Tribunal Federal (STF)
para ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin)
contra a aprovação, no mês passado, dos projetos de lei que instituíram reajustes salariais de 3%, em 2013, e 4%, até 2014, para a categoria.
De acordo com Oliveira, o governo agregou gratificações trabalhistas na
norma para atingir o piso nacional. “A lei do piso é clara. Para se
atingir o valor mínimo de R$ 1451, não é permitida a inclusão de
vantagens. Isso podia até 2009. Acontece que o governo não fez antes e
fez agora. Isso é ilegal e inconstitucional. Nós queremos, com a Adin,
que o governo federal faça uma intervenção”, argumentou o sindicalista,
que integra o Conselho Federal do Fundeb. Nesta quinta, os docentes
decidiram continuar de braços cruzados e manter a ocupação da Assembleia
Legislativa. Até a próxima terça (15), quando o grupo volta a discutir
os rumos da mobilização, novas ações, como a entrega de rosas em homenagem ao Dia das Mães, estão previstas.
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