Carga de cacau originada na Costa do Marfim, na África, é retida na Bahia

quarta-feira, julho 18, 2012

Carga de cacau originada da Costa do Marfim, na África, é retida na Bahia  (Foto: Reprodução/ TV Santa Cruz) 
Inseto foi encontrado na carga de cacau
(Foto: Reprodução/ TV Santa Cruz)
Mais de quatro mil toneladas de amêndoas de cacau estão retidas no depósito da Nestlé, em Itabuna, município no sul da Bahia, aguardando decisão do Ministério da Agricultura. O produto, importado da Costa do Marfim, na África, foi descarregado em Ilhéus mês passado. Durante a inspeção, foram encontrados insetos em desenvolvimento e já na fase adulta. A maior preocupação é que seja um tipo de praga exótica que afeta as amêndoas secas, que até então não existe no pais.
O Ministério da Agricultura deve se posicionar ainda esta semana sobre o destino do produto. Se será devolvido ao país de origem ou tratado na região e depois liberado para uso pela empresa.
"Estamos esperando uma posição do Departamento de Sanidade Vegetal, em Brasília, que está identificando o tipo de inseto. É necessário saber se ele provoca perdas significativas ou se não causa danos. A depender do parecer, a carga será devolvida para a origem ou será encaminhada para novo tratamento e liberação. Provavelmente o inseto veio na carga, pois foi encontrado dentro da semente", diz Sílvio Menezes, fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura.
Carga de cacau originada da Costa do Marfim, na África, é retida na Bahia  (Foto: Reprodução/ TV Santa Cruz)Carga importado deve ser submetido a processo
de classificação(Foto: Reprodução/ TV Santa Cruz)
Todo o cacau importado é submetido ao processo de classificação, que atesta a qualidade do produto. Antes, a vistoria era feita no país de origem, mas isso mudou a partir de 2011. Uma instrução normativa do Ministério da Agricultura permite que o produto seja inspecionado no galpão da empresa compradora. Nesse caso o trabalho é feito por técnicos da Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira). Eles não sabem se o inseto veio da África ou se foi desenvolvido na região.
"As amostras com origem em outros países devem passar por verificação de qualidade, foi quando constatamos a presença de insetos vivos na amostra", relata Joseval Martins, agente de atividades agropecuárias da Ceplac.
De acordo com a Ceplac, só este ano mais de 40 mil toneladas foram importadas. O que corresponde a cerca de 650 mil sacos. Esta foi a primeira vez que o inseto foi encontrado.
Por meio de nota, a Nestlé informou que os carregamentos de cacau em amêndoa importados pela empresa passam por todos os trâmites legais e necessários à importação, tais como tratamento fitossanitário e inspeção antes do embarque ao Brasil.
A empresa disse ainda que aguarda a conclusão da inspeção realizada pelos técnicos do Ministério da Agricultura do Brasil, bem como suas recomendações quanto ao tratamento que deve ser dado ao material.

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